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T I R I S T O R E S
Dispositivos especiais: DIAC, SCS e PUT



DIAC
         O DIAC tem uma estrutura semelhante a do TRIAC, exceto que, não possui o terminal do gate (da abreviação inglesa DIODE AC)

         Basicamente possui cinco camadas P e N. A figura a seguir ilustra sua estrutura interna e respectivos símbolos.

         O termo anodo e catodo não se aplica ao DIAC, pois seus terminais são identificados como terminal 2 e terminal 1.
         Cada terminal opera como anodo ou catodo, de acordo com a polaridade da tensão aplicada.

Se T1 for mais positivo do que T2, a região N é ignorada e T1 operará como anodo; evidentemente T2 terá a região P ignorada e operará como catodo. Invertendo-se as polaridades, T1 passará a ser o catodo e T2 o anodo. 

         A figura a seguir mostra a curva característica de um DIAC.
VBO é a tensão de disparo do DIAC (break-over) e IBO é a corrente de disparo. Observa-se na curva característica uma simetria entre os valores positivos e negativos de tensão (1º e 3º quadrantes).

IH e VH representam a corrente de manutenção e tensão de manutenção respectivamente. Abaixo desses valores o DIAC entra no estado de não condução.

Acima de IH temos a operação permitida para o DIAC, onde o fabricante especifica como IP ou IFRM  que é a corrente de pico máxima que ele pode suportar durante a condução (normalmente especificada para pulsos de duração da ordem de  ms).
        
         A figura a seguir mostra um DIAC BR100/03 fabricado pela Philips, com encapsulamento SOD27.

Especificações:
IFRM = 2A
VBO = 28 a 36V
IBO = 50mA

SCS – Silicon Controlled Switch

         A chave controlada de silício, da mesma forma que o SCR, possui quatro camadas PNPN, cujas características são idênticas, exceto por possuir dois gates, fazendo com que todas as regiões sejam acessíveis através de um circuito externo.
O SCS tem duas vantagens sobre o SCR.
Primeira, em virtude das duas regiões de gate serem acessíveis, elas podem ser polarizadas de forma independente.

         Segunda, uma vez que pode haver um controle das duas junções (uma N e outra P), pode-se efetivamente desligar o SCS sem a necessidade de reduzir a tensão ou corrente de trabalho. Desta forma o SCS é efetivamente uma chave eletrônica.

Gate/anodo: liga-desliga o dispositivo
Ligar – pulso negativo
Desligar – pulso positivo
        
         O gate/catodo opera de forma idêntica ao SCR.

         A figura a seguir mostra o aspecto do SCS BRY62 fabricado pela Philips     .
Valores típicos:
IGA = 10mA
IGK = 1mA
VAK = 70V

Vantagens do SCS sobre o SCR: tempo de comutação menor (da ordem de 1 a 10ms); situação de disparo mais previsível; melhor sensibilidade.

Desvantagens: menor corrente, potência e tensão (tensão típica da ordem de 100V; corrente típica da ordem de 10 a 300mA e potência típica da ordem de 100 a 500mW).

CIRCUITO PRÁTICO: ALARME 1
As entradas (In1 a In3) poderão ser acionadas por qualquer sistema que cause uma perturbação, como por exemplo, sensor luminoso, sensor de aproximação, reed-switch, etc.

        
O interruptor  “push-button” RESET (NA – normalmente aberto), restabelece a condição inicial do circuito, colocando os terminais A-K em curto, levando o SCS a condição de não condução. As lâmpadas piloto (LP1 a LP3) permitirão localizar a entrada que disparou o SCS.

         Uma outra forma de levar o SCS ao corte é a aplicação de um pulso positivo no gate/anodo (GA), ou ainda, através de um dispositivo externo tornar a resistência A-K do SCS bem próxima de zero, conforme ilustram as figuras a seguir.
Na figura 1, um pulso positivo externo aplicado ao Gate/Anodo leva o SCS a condição de não condição.
Na figura 2, um pulso positivo é aplicado na base do transistor, através de um transformador isolador, levando-o a saturação; isto faz com que a resistência entre coletor e emissor seja próxima de zero (condição de saturação), interrompendo a condução do SCS, uma vez que a resistência entre A-K cai praticamente a zero pois esses terminais estão em paralelo com os terminais C-E do transistor.

CIRCUITO PRÁTICO: ALARME 2
        
         O circuito a seguir mostra um alarme sensível a um dispositivo de coeficiente negativo (NTC, LDR, etc.)
1)   O potencial no gate/catodo é determinado pelo divisor de tensão RV e trimpot;
2)   O potencial no gate/catodo será zero quando a resistência RV for igual a resistência do trimpot, pois ambos possuem 12V em seus terminais (+12V e -12V);
3)   Se RV diminui o SCS ficará diretamente polarizado, levando-o à condução disparando o relê;
4)   O resistor de 100kW reduz a possibilidade de disparo acidental devido ao fenômeno conhecido como rate effect (capacitância entre gates), pois um transiente de alta freqüência poderá provocar o disparo.
5)   A interrupção do alarme é feita através de Sw (push-button normalmente fechado).


PUT – Programmable Unijunction Transistor

         O PUT é um dispositivo de quatro camadas PNPN, que possui um anodo, um catodo e um gate.
Sua curva característica é semelhante a do UJT, porém não opera na região de resistência negativa.
         Veja a seguir sua estrutura básica e simbologia.
O circuito básico equivalente é mostrado a seguir.
RBB, h e Vp podem ser controlados através de RB1, RB2 e da tensão VBB.
Veja sua curva característica a seguir.
VF e IF = tensão e corrente de manutenção respectivamente
                   Nestas condições: VF = VAK.

O PUT não permanece no estado instável ou de resistência negativa (-R)

ESTADO LIGADO:
I (corrente) baixa
V (tensão) entre 0 e Vp
ESTADO DESLIGADO:
I (corrente) ³ Iv
V (tensão) ³ Vv

         NO DISPARO:

Vp = hVBB + VD         onde VD @ 0,7V

Vp = hVBB + VD = hVBB + VAG

Vp = hVBB + 0,7V

Porém, VG = hVBB

Assim: Vp = VG + 0,7V
OBSERVAÇÕES:

1) Lembrar que o PUT é formado por quatro camadas PNPN, daí o aparecimento da tensão VD na junção PN (diodo) entre anodo e gate.

2) A tensão VG é a tensão nos extremos de RB1

3) Portanto, VG = VRB1

4) A tensão VD é a própria tensão VAG


Material editado por Prof. Edgar Zuim























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